quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A BOA GESTÃO FINANCEIRA

Uma observação mais aprofundada sobre o mercado corporativo nos permite constatar que grande parte das empresas de pequeno e médio porte não se utiliza de ferramentas apropriadas para uma boa gestão financeira. Na maioria dos casos, essas companhias são gerenciadas por ações diárias, sem que se pare um pouco para pensar nos caminhos estratégicos e na avaliação do negócio com o objetivo de maximizar a geração de caixa e o valor da empresa.

 
Planejamento Estratégico


O primeiro passo para uma boa gestão financeira é a empresa definir com clareza sua missão e objetivos estratégicos. Com base nesses documentos, a empresa deve elaborar anualmente um Planejamento Estratégico de 5 anos, em que os administradores poderão avaliar e definir seus caminhos estratégicos para o crescimento e melhora de rentabilidade. O plano estratégico deve ser transformado em números e aprovado por todos os sócios conjuntamente.


Plano Tático 


Desenhado o plano estratégico, a direção da empresa deve elaborar um Plano Tático (orçamento) para o próximo ano. Para isso, é preciso quantificar esse plano, transformando-o em um orçamento mensal de receitas e despesas, bem como fazer uma projeção do Balanço Patrimonial da empresa, a fim de se estabelecer as melhores formas de financiar as necessidades de capital de giro. 

Examinando as projeções financeiras, a direção da empresa pode avaliar se o desempenho previsto está alinhado com as metas gerais e com as expectativas dos investidores. Por meio de demonstrações financeiras projetadas, é possível avaliar as diversas alternativas de investimento e de crescimento, além de analisar ações de melhoria de rentabilidade e de geração de caixa. Avaliar as melhores e mais econômicas formas de financiamento, procurando sempre as linhas de crédito que sejam compatíveis com a geração de caixa futura da empresa, é ponto-chave para o sucesso nesta etapa.

Estudar a estratégia de preços e as melhores ações mercadológicas e decidir sobre projetos de melhoria de rentabilidade de cada produto também são itens críticos neste momento. 


Apresentação do orçamento para o ano seguinte 


Após toda essa avaliação, a direção deve apresentar o orçamento para o ano seguinte aos sócios, que por sua vez deverão avaliar as alternativas analisadas e aprovar a que julgarem ser a melhor opção. O passo seguinte é então definir os objetivos financeiros e não financeiros e estabelecer um plano de metas e de remuneração variável dos executivos da empresa com base nas metas aprovadas.

 
Acompanhamento mensal e ações corretivas


Para que a direção da companhia possa acompanhar se os resultados reais estão de acordo com os planejados, é importante acompanhar mensalmente os números da empresa com regularidade, de modo que o fechamento seja logo nos primeiros dias do mês subseqüente. Os executivos devem analisar os resultados mensais comparando-os com os previstos no orçamento e, em caso de desvio, propor ações de correção. É essencial que os resultados comparados com o orçamento, as análises e os planos de correção sejam apresentados aos sócios mensalmente e os planos de correção aprovados.


Avaliação da rentabilidade


Outro ponto crucial é que a Administração avalie pelo menos duas vezes ao ano a rentabilidade dos produtos, dos canais de vendas, dos vendedores e clientes. Não são raros os casos em que a companhia observa que produtos, vendedores e clientes estão dando prejuízo. 


Contas a pagar e receber e níveis de inventário 


È ainda fundamental avaliar mensalmente as contas a receber do Balanço Patrimonial, a fim de saber como estão se comportando os pagamentos dos clientes e se não há atraso. Os níveis de inventário também precisam ser avaliados trimestralmente para que seja possível detectar algum excesso ou itens sem uso. Ações deverão sempre ser propostas e apresentadas aos sócios para aprovação. A Administração deve também solicitar à contabilidade a reconciliação das contas do Balanço Patrimonial pelo menos a cada trimestre, a fim de avaliar se todas as contas a receber e a pagar estão devidamente contabilizadas e documentadas. 


Gestão do Caixa e de Empréstimos


Outra área que demanda atenção especial é a gestão do caixa e de empréstimos. Em toda a decisão de investimentos, em que a empresa terá que recorrer a empréstimos, os executivos devem sempre procurar adequar o pagamento das parcelas dos empréstimos e juros de acordo com o fluxo de caixa do projeto. A recomendação é nunca comprometer mais de 25% do Lucro Operacional no pagamento de juros. A empresa também deve ter um caixa suficiente para tempos difíceis. Nesse caso, a recomendação é que a empresa mantenha em caixa e/ou investido em papéis/fundos de liquidez imediata algo em torno a 50% da venda de um mês.