sábado, 26 de abril de 2014

COEFICIENTE DE DETERMINA (RQUAD)













Coeficiente de determinação (RQUAD)


O que é?

A função RQUAD devolve o quadrado da correlação entre duas séries de dados relacionadas; este valor é conhecido como coeficiente de determinação e indica o poder preditivo da sua reta de regressão associada. Este valor está no intervalo [0, 1]: a reta de regressão é um modelo perfeito quando r² = 1.
Sintaxe da função

=RQUAD(val_conhecidos_y; val_conhecidos_x)

Onde val_conhecidos_y é o intervalo de valores da série dependente de dados (os y(x)), e val_conhecidos_x é o intervalo de valores da série independente (os x).
Exemplo

No exemplo a seguir, vamos avaliar a adequação de um modelo de regressão linear realizado pela secretaria do meio ambiente de uma pequena cidade. Nesta cidade, a secretaria realiza medições da emissão anual de monóxido de carbono (CO, um gas tóxico resultante da queima incompleta de combustíveis fósseis) periodicamente. Estas medições são realizadas sempre que a frota de carros circulando pela cidade chega a um múltiplo de mil.

Após oito medições, a secretaria decide montar um modelo de regressão para predizer quais serão os níveis de CO observados quando a cidade tiver certo número de carros. Entretanto, pode ser que os níveis de CO despejados na cidade anualmente dependam de outros fatores, como a produção industrial. Como descobrir se o modelo de regressão para os dados disponíveis projeta adequadamente os níveis a partir de um aumento na frota?

Usaremos a função RQUAD para obter o coeficiente de determinação, que define se este modelo é adequado ou não. Quanto mais próximo de 1 for o resultado, melhor será sua habilidade em predizer valores desconhecidos. Observe as medições disponíveis:
Calcularemos o r2 na célula G12. Selecione-a e forneça os parâmetros adequados. Os dados dependentes são os valores em G4:G11, e os independentes, em F4:F11. Veja o preenchimento da fórmula:
Observe o resultado da aplicação de RQUAD:
O valor obtido, 0,96, indica que a reta de regressão é um ótimo modelo para predizer a emissão anual de CO para uma quantidade determinada de carros. Observe como a reta de regressão representa bem os valores medidos:

Pratique!


terça-feira, 22 de abril de 2014

COMO COMPARAR SEUS PREÇOS COM OS DA CONCORRÊNCIA


           









COMO COMPARAR SEUS PREÇOS COM OS DA CONCORRÊNCIA


Nesta planilha especial, você encontra um método para analisar uma tabela com o preço dos produtos vendidos por uma empresa através dos supermercados. Suponha que uma empresa fabrica três produtos e gostaria de acompanhar de forma constante os preços dos mesmos nos cinco principais supermercados da região. Obviamente a planilha se aplica para qualquer segmento de mercado ou preços de bens ou serviço, conforme sua conveniência.

Empresa
  • Pão de Açucar
  • Extra
  • Carrefour
  • Wal-Mart
  • Sonda
Produto
  • Sabão
  • Amaciante
  • Tira mancha
Semanalmente a empresa elabora uma tabela para acompanhamento do preço de venda cobrado por estas cinco redes nos seus três produtos:



Com base na tabela acima a empresa faz a seguinte análise:
  • O preço médio cobrado de cada produto;
  • O desvio padrão em relação a esta média;
  • O preço máximo encontrado na pesquisa;
  • O supermercado que está cobrando o preço máximo;
  • O preço mínimo encontrado na pesquisa;
  • O supermercado que está cobrando o preço mínimo.

Produto
Preço médio
Desvio padrão
Preço máximo
Supermercado
Preço mínimo
Supermercado
Sabão
 R$                   0,94
9,57%
 R$                   1,10
 Sonda
 R$                   0,85
 Extra
Amaciante
 R$                   2,80
13,04%
 R$                   3,00
 Pão de Açucar
 R$                   2,65
 Wal-Mart
Tira manchas
 R$                   4,78
23,15%
 R$                   5,10
 Carrefour
 R$                   4,50
 Sonda

    Solução
    O exemplo está simplificado. Todavia, é suficiente para mostrar com clareza como utilizar os recursos do Excel para elaborar automaticamente as informações desejadas. 

    Importante: Vamos explicar o uso dos recursos do Excel na elaboração do quadro analítico.
     
  • Na coluna B temos os três produtos pesquisados: Sabão, Amaciante e Tira manchas. 
  • Na coluna C temos a informação Preço Médio. É a média aritmética simples dos preços encontrados nos supermercados. A função do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se MÉDIA. Exemplo:Em C12 encontramos a seguinte fórmula: =MÉDIA(C5:G5). 
  • Na coluna D temos a informação desvio padrão. Dá uma idéia da dispersão dos preços cobrados nos supermercados ao redor da média. A função do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se DESVPADP. Exemplo: Em D12 a encontramos a seguinte fórmula:=DESVPAD(C5:G5).
  • Na coluna E temos a informação Preço máximo. Informa o preço máximo encontrado na pesquisa. A fórmula do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se MÁXIMO: Exemplo:Em E12 encontramos a seguinte fórmula:=MÁXIMO(C5:G5).
  • Na coluna F temos a informação Supermercado. Informa o supermercado que está cobrando o preço máximo encontrado na pesquisa. A função do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se SE. Exemplo: Em F12 encontramos a seguinte fórmula: =SE(E12=C5;$C$4;SE(E12=D5;$D$4;SE(E12=E5;$E$4;SE(E12=F5;$F$4;SE(E12=G5;$G$4;FALSO))))).
  • Na coluna G temos a informação Preço Mínimo. Informa o preço mínimo encontrado na pesquisa. A função do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se MÍNIMO:
  • Exemplo: Em G12 encontramos a seguinte fórmula:=MÍNIMO(C5:G5).
  • Na coluna H temos a informação Supermercado. Informa o supermercado que está cobrando o Preço Mínimo encontrado na pesquisa. A função do Excel utilizada para gerar esta informação chama-se SE. Em G29 a fórmula é:=SE(B19=D29;"Pão de  Açúcar";SE(C19=D29;"Extra";SE(D19=D29;"Carrefour";SE(E19=D29;"Wal-Mart";"Sonda"))))
  • Baixar planilha

sábado, 19 de abril de 2014

ANÁLISE DE INVESTIMENTO - FLUXO DE CAIXA X ECONÔMICO

















ANÁLISE DE NOVO INVESTIMENTO - FLUXO DE CAIXA X FLUXO ECONÔMICO 


CASO PRÁTICO

Eis os dados do fluxo de caixa projetado de um novo investimento:

Anos
0
1
2
3
4
5
Receitas

$10.000
$11.000
$12.100
$12.100
$12.100
(-) Custos Variáveis

($6.000)
($6.600)
($7.260)
($7.260)
($7.260)
(-) Custos Fixos

($500)
($500)
($500)
($500)
($500)
(-) Depreciação

($2.000)
($2.000)
($2.000)
($2.000)
($2.000)
(=) Lucro Operacional

$1.500
$1.900
$2.340
$2.340
$2.340
(-) IR/CSLL

($450)
($570)
($702)
($702)
($702)
(=) LO Líquido

$1.050
$1.330
$1.638
$1.638
$1.638
(+) Depreciação

$2.000
$2.000
$2.000
$2.000
$2.000
(=) FC Operacional

$3.050
$3.330
$3.638
$3.638
$3.638
(-) Investimentos
($10.000)





(+) Valor Residual





$1.000
(-) CGL
($2.000)
($200)
($220)
$0
$0
$0
(+) CGL





$2.420
(=) FC Final
($12.000)
$2.850
$3.110
$3.638
$3.638
$7.058
VPL
$811








Explicações importantes deste fluxo de caixa:

  • O ciclo de vida do novo investimento está estimado em 5 anos. O intervalo de período do fluxo de caixa é anual. 
  • As Receitas crescem 10% ano nos anos 2 e 3. Depois permanecem constantes. 
  • Os Custos Variáveis representam 60% das Receitas. Os Custos Fixos permanecem constantes em R$ 500. 
  • A Depreciação de R$ 2.000 representa 20% dos Investimentos de R$ 10.000 (na data zero). Alíquota média de Depreciação de 20% ao ano. 
  • A Depreciação de R$ 2.000 entra na formação do Lucro Operacional para fins de IR/CSLL, e depois retorna para estimativa do fluxo de caixa operacional, por não de tratar de gasto desembolsável. 
  • A provisão para IR/CSLL é de 30% do Lucro Operacional. 
  • O Fluxo de Caixa (FC) Operacional é o Lucro Operacional somado à Depreciação. 
  • O Valor Residual (VR) de R$ 1.000 no ano 5 reflete a venda dos Investimentos já 100% depreciados. Vamos assumir que este VR de R$ 1.000 já embute o ajuste tributário (IR/CSLL sobre o lucro na venda dos ativos). 
  • O Capital de Giro Líquido (CGL) de R$ 2.000 no ano zero representa 20% das Receitas de R$ 10.000. Os acréscimos de R$ 200 e R$ 220 refletem o crescimento nas vendas de 10% nos primeiros anos. Depois não existem mais acréscimos no CGL porque as Receitas se estabilizam. 
  • O CGL de R$ 2.420 é liberado no ano 5. 

O VPL de R$ 811 reflete o valor presente do fluxo de caixa descontado a um custo do capital de 15% ao ano. Portanto, R$ 811 = - R$ 12.000 + R$ 2.850/1,15 + R$ 3.110/1,152 + R$ 3.638/1,153 + R$ 3.638/1,154 + R$ 7.058/1,155. 


O novo investimento deve ser aprovado com esta estimativa de VPL positivo de R$ 811. Demonstra que o fluxo de caixa do projeto é superavitário. Entra mais dinheiro do que sai. Em resumo: é o quanto o novo investimento cria de valor para o acionista.

Agora, vamos montar um fluxo de lucros econômicos do mesmo investimento, evidentemente 100% alinhado com o fluxo de caixa apresentado.

Será que o projeto vai ficar melhor ou pior? Veja a projeção do fluxo de lucros econômicos do novo investimento.

Em outras palavras: Veja a projeção da Demonstração do Resultado referente ao novo investimento.


Anos
0
1
2
3
4
5
Receitas

$10.000
$11.000
$12.100
$12.100
$12.100
(-) Custos Variáveis

($6.000)
($6.600)
($7.260)
($7.260)
($7.260)
(-) Custos Fixos

($500)
($500)
($500)
($500)
($500)
(-) Depreciação

($2.000)
($2.000)
($2.000)
($2.000)
($2.000)
(+) Valor Residual





$1.000
(=) Lucro Operacional

$1.500
$1.900
$2.340
$2.340
$3.340
(-) IR/CSLL

($450)
($570)
($702)
($702)
($702)
(=) LO Líquido

$1.050
$1.330
$1.638
$1.638
$2.638
(-) Custo do Capital

($1.800)
($1.530)
($1.263)
($963)
($663)
(=) EVA (Lucro Econômico)

($750)
($200)
$375
$675
$1.975
MVA (VP do EVA)
$811








Explicações importantes deste fluxo de lucros econômicos:

  • Da linha de Receitas à linha de Depreciação é tudo igual ao fluxo de caixa anterior. 
  • O VR de R$ 1.000 é caixa e também é lucro. Portanto, muda de lugar. Passa a integrar a formação do Lucro Operacional. 
  • Como o VR de R$ 1.000 já sofreu o ajuste tributário, a Provisão para IR/CSLL não se altera nos dois fluxos. Em resumo, o LO Líquido está igual nos dois fluxos, à exceção do ano 5 pelo inclusão do VR de R$ 1.000. 
  • Obviamente a Depreciação de R$ 2.000 não retorna, pois estamos tratando de fluxo de lucros econômicos e não de fluxo de caixa.


Lembrete: o Custo do Capital em percentual é de 15% ao ano.


O Custo do Capital em moeda que está na penúltima linha do fluxo é calculado da seguinte maneira:

  • R$ 1.800 no ano 1 = 15% do capital de R$ 12.000 empregado no ano zero (ver fluxo de caixa). 
  • R$ 1.530 no ano 2 = 15% do capital de R$ 10.200 (15% de R$ 12.000 menos R$ 2.000 de Depreciação que diminui o lucro, mas não o caixa e, portanto, no fluxo de caixa a Depreciação é distribuída aos donos do capital, mais R$ 200 que é o acréscimo no investimento em capital de giro no ano 1). 
  • R$ 1.263 no ano 3 = 15% do capital de R$ 8.420 (15% de R$ 10.200 menos R$ 2.000 de Depreciação que diminui o lucro, mas não o caixa e, portanto, no fluxo de caixa a Depreciação é distribuída aos donos do capital, mais R$ 220 que é o acréscimo no investimento em capital de giro no ano 2). 
  • R$ 963 no ano 4 = 15% do capital de R$ 6.420 (15% de R$ 8.420 menos R$ 2.000 de Depreciação que diminui o lucro, mas não o caixa e, portanto, no fluxo de caixa a Depreciação é distribuída aos donos do capital. Não há mais acréscimo no investimento em capital de giro). 
  • R$ 663 no ano 5 = 15% do capital de R$ 4.420 (15% de R$ 6.420 menos R$ 2.000 de Depreciação que diminui o lucro, mas não o caixa e, portanto, no fluxo de caixa a Depreciação é distribuída aos donos do capital. Não há mais acréscimo no investimento em capital de giro). 
A última linha do fluxo de lucros é o EVA (Economic Value Added), ou lucro econômico como temos chamada até aqui neste texto.


A MVA (Market Value Added) captura o fluxo de EVAs a valor presente.

O MVA de R$ 811 é igual a: - R$ 750/1,15 - R$ 200/1,152 + R$ 375/1,153 + R$ 675/1,154 + R$ 1.975/1,155. 

Conclusão:
  • Não existe projeto bom de caixa e ruim de lucro. Ou vice e versa. Este caso prático mostra que a avaliação do novo investimento com base na projeção do fluxo de caixa ou na projeção do fluxo de lucros econômicos conduz ao mesmo resultado. 
  • É nitidamente mais fácil avaliar o novo investimento através da construção do fluxo de caixa projetado. 
  • É nitidamente mais difícil avaliar o novo investimento através da construção do fluxo de lucros econômicos. Implica no entendimento do conceito de Custo de Capital e EVA.