segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

FERRAMENTA DO EXCEL - CENÁRIOS







CENÁRIOS

O que é?

A ferramenta Cenários tem como objetivo principal salvar valores no Excel, de modo que estes podem ser substituídos de acordo com previsões feitas por você.
Mais de um grupo de valores podem ser criados e salvos de modo que você possa elaborar um relatório que reflete as variações do seu modelo para cada situação distinta.
A rigor, um cenário é somente um registro de células e valores que deverão ser alterados na sua planilha. Ao aplicarmos o cenário, os valores das células serão atualizados automaticamente e a planilha será recalculada.

Em que situações devemos aplicar a ferramenta Cenários?

Basicamente, usamos esta ferramenta quando, por exemplo, queremos fazer projeções financeiras de como uma organização reagirá perante a uma expectativa de um aumento de gastos no próximo mês, ou de um aumento de índices, vendas e etc.

Exemplo

Suponha que o dono de uma barraca de sorvetes deseja criar diferentes cenários para as vendas que irão ocorrer no verão.
Os meses a serem estudados serão os de outubro,novembro e dezembro.
O preço a ser pago por uma unidade de sorvete é R$0,80.
Feita a tabela, insira as fórmulas necessárias para que a inclusão dos valores ausentes em outubro,novembro e dezembro causem impacto na Receita bruta.
Primeiramente, na célula referente ao Total de vendas no ano utilize a fórmula de soma selecionando todos os valores de B4 até B15.
Por fim, na célula referente a Receita bruta multiplique o valor de Total de vendas no ano pelo Preço unitário.
Agora começaremos, de fato, a trabalhar com cenários.
  • Vá em ferramentas e clique em Cenários.
  • Já que você estará criando seu primeiro cenário, clique em adicionar.
  • Dê um nome para seu cenário, como por exemplo, "Previsível".
  • Logo em seguida, selecione as células referentes à Unidades Vendidas dos meses de Outubro, Novembro e Dezembro no campo Células variáveis, ou seja, o intervalo de B13:B15.
  • Clique em Ok.
Nesta janela faça o seguinte:
  • Insira os valores de Unidades Vendidas que você prevê que aconteça em um cenários previsível.
  • Após inserir os valores clique em Ok.
Uma janela de Gerenciador de Cenários se abrirá, fazendo com que você possa trabalhar com algumas opções oferecidas por ela.
A seguir, falaremos de algumas das mais utéis opções que podem vir a ser usadas por você:
  • Mostrar: quando você clica nesta opção, aparecerá em sua planília de Excel os resultados da Receita bruta no final do ano.
  • Adicionar: ao clicar nesta opção, você poderá elaborar mais cenários para diferentes perspectivas suas de futuro.
Neste caso, criarei também os cenários "Otimista" e "Pessimista".
  • Resumir: ao selecionar esta opção, você encontra duas possíveis saídas. "Resumo do cenário" e "Relatório da tabela dinâmica do cenário".
No primeiro, você cria um relatório de valores atuais das células e suas variáveis de resultado.
No segundo, você cria uma tabela dinâmica referente aos valores dos cenários existentes.

Pratique!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ESTRUTURA DO CAPITAL NA ANÁLISE DE NOVOS INVESTIMENTOS









INTRODUÇÃO
Nesse trabalho procuraremos levantar algumas questões que nos permitirão compreender melhor a composição da Estrutura do Capital quando formos analisar Novos Investimentos, que se mostrarão de grande relevância na identificação das melhores alternativas, encontrando respostas para temas centrais como: Que é Estrutura de Capital Alvo, Estrutura de Capital Atual x Estrutura de Capital Alvo e Qual Estrutura de Capital devemos usar na Análise de Novos Investimentos?
Quando analisamos um novo projeto, uma das primeira providências consiste em estimar os investimentos.
O investimento representa todos os gastos necessários para colher o benefício do novo projeto.
Exemplo:
O investimento de $100.000 requer uma estimativa de uma estrutura de capital de $100.000 também.
  • Vamos financiar os $100.000 somente com capitais de terceiros?
  • Vamos financiar os $100.000 somente com capitais próprios?
  • Vamos financiar os $100.000 com capitais de terceiros e próprios? Quanto de cada um?
Vamos assumir que a decisão seja a seguinte: Vamos financiar o novo projeto 100% com recursos próprios.
Aí surge o problema: e se a estrutura de capital alvo da empresa for de 50% de capital de terceiros e 50% de capital próprio?
Devemos analisar o novo projeto considerando que ele de fato será financiado na oportunidade com 100% com recursos próprios, ou analisamos o novo projeto levando em consideração a estrutura de capital alvo da companhia?
O Que é Estrutura de Capital Alvo?
Daqui para frente vamos tratar capital de terceiros como "CT" e capital próprio como "CP".
Vamos assumir que o CT custa 10% ao ano. Vamos considerar que estes 10% já considera a economia fiscal.
O CP custa 20% ao ano.
O CP tem que custar mais caro que o CT porque assume maiores riscos.
O capital de terceiros deverá receber o serviço da dívida caso a companhia opere com lucro ou prejuízo, gere ou não caixa. O CT está inclusive protegido por garantias.
O capital próprio deseja dividendos e valorização, que dependem do lucro e da geração de caixa. O capital próprio não está protegido por garantias.
A estrutura de capital alvo é a estrutura de capital ideal.
A estrutura de capital alvo é aquela onde o custo médio ponderado de capital (CMPC), ou simplesmente custo de capital é o mínimo.
Em nosso exemplo o CT custa 10% ao ano e o CP custa 20% ao ano.
Devemos usar o máximo de CT e o mínimo de CP.
Todavia, sabemos que um excessivo endividamento aumenta o risco da insolvência da empresa, notadamente quando ela passar por períodos recessivos.
Portanto, a estrutura de capital alvo é aquela onde a empresa usa o máximo de CT e o mínimo de CP, porém não colocando em xeque a capacidade de pagamento de seus compromissos, notadamente se passar por um período de crise.
Em nosso exemplo, vamos assumir que a estrutura de capital alvo seja de 50% de CT e 50% de CP.
Portanto, o custo médio pondera de capital (CMPC) será de 15% ao ano.
CMPC = (0,50 x 0,10) + (0,50 x 0,20) = 0,15
Encontrando a Resposta
Para analisar um novo investimento, devemos considerar a estrutura de capital alvoda empresa.
Não devemos considerar a verdadeira estrutura de capital do novo investimento, quando esta for diferente da estrutura de capital alvo da empresa.
Exemplo:
O CMPC da estrutura de capital alvo do nosso exemplo é de 15% ao ano, e a companhia já está operando com esta estrutura de capital.
Vamos assumir que a empresa tenha 2 projetos novos a serem realizados em 2002: Projeto A e Projeto B.
No Projeto A e o Projeto B tem ambos uma taxa interna de retorno (TIR) estimada de 18% ao ano.
O projeto A será realizado em primeiro lugar. Na oportunidade, existem condições passageiras que dificultam o acesso ao CT. Existe um grande fila de projetos no BNDES, que faz com que o banco esteja administrando as liberações de financiamento, tornando a análise e aprovação do crédito mais longa.
A empresa decide que diminuirá temporariamente o pagamento de dividendos para financiar o Projeto A 100% com CP que custa 20% ao ano.
Entretanto, a empresa iniciou negociações para que o Projeto B seja 100% financiado com CT através de um leasing que custará 10% ao ano.
Se analisarmos o Projeto A em relação à sua estrutura de capital do momento ele será rejeitado.
Não aprovaremos um projeto com uma TIR de 18% ao ano financiado com um capital que custa 20% ao ano.
Entretanto, o Projeto B, semelhante ao Projeto A, com a mesma TIR de 18% ao ano será aprovado com "louvor" pois utilizará um capital que custa 10% ao ano.
Observamos que a estrutura de capital dos 2 projetos somente não é a alvo, com CMPC de 15% ao ano, por motivos conjunturais.
Porém, os 2 projetos analisados na perspectiva de 1 (um) ano e consolidadosrespeitarão a estrutura de capital alvo de 15% ao ano e não faz sentido aprovar um e rejeitar o outro portanto, teríamos que aprovar os 2 projetos e a interpretação final para ambos é a seguinte: Cada projeto tem uma TIR de 18% ao ano contra um CMPC de 15% ao ano.
Espero que tenham gostado.
BOA SORTE

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

A FERRAMENTA EVA SEM SEGREDOS









INTRODUÇÃO
O EVA – Economic Value Added é uma das principais medidas de desempenho atualmente utilizadas pelas empresas comprometidas em oferecer retorno para seus acionistas.
Temos certeza de que esta publicação reciclará importantes conceitos e práticas vistos em textos anteriores. Também temos certeza de que a maneira como este texto está escrito contribuirá para que os leitores subam alguns degraus a mais no entendimento sobre a ferramenta EVA e, principalmente em relação ao seu emprego como métrica de análise e avaliação de resultados. Abordaremos seus principais conceitos e características práticas importantes, como também sua relevância como métrica eficiente e eficaz tanto na análise de resultados operacionais quanto em retorno de investimentos.

Caso Prático


Vejamos o Balanço Patrimonial a seguir:
BALANÇO PATRIMONIAL

Comentários sobre o balanço patrimonial encerrado:

  • O balanço patrimonial retrata a posição dos investimentos e dos capitais empregados numa determinada data (31 de dezembro de 2004 no exemplo). Em resumo: o investimento de $78.000 é financiado por um capital total empregado de $78.000
  • O capital empregado de $78.000 vem de dentro e de fora da operação.
  • O capital que vem de dentro da operação, é todo aquele gerado espontaneamente pela própria operação. É chamado de passivo espontâneo, passivo de funcionamento ou passivo operacional. Neste exemplo, é representado por todos os capitais que estão sob a denominação do passivo circulante, no montante de $11.000.
  • Os capitais que vem de fora da operação, são representados por capitais de terceiros de bancos e assemelhados (empréstimos e financiamentos) e capital do acionista ou capital próprio (patrimônio líquido). Portanto, o capital total de fora da operação é de $67.000 ($30.000 de empréstimos/capital de terceiros e $37.000 de patrimônio líquido/capital próprio).

Comentários sobre a demonstração do resultado de 2005:

  1. A demonstração do resultado (DRE) resume todos os eventos que afetaram a riqueza dos acionistas (patrimônio líquido).
  2. Do ponto de vista da análise, a DRE reflete o resultados dos gestores na administração dos ativos da companhia. Em resumo: a DRE reflete aqualidade dos investimentos, mais do que a qualidade das vendas realizadas.
  3. A demonstração do resultado mostra as receitas financeiras como parte integrante do resultado operacional. Motivo: assume-se que ela representa a aplicação dos recursos temporariamente ociosos, provocados pelo desequilíbrio entre as entradas e as saídas de caixa da operação.
  4. As despesas financeiras são apresentadas após o lucro operacional. Motivo: elas representam um custo de capital, e não custo da operação.
  5. A provisão para IR/CSLL de $1.566 representa 30% do lucro de $5.221. Esta provisão de $1.566 embute a provisão para IR/CSLL sobre o lucro operacional de $5.521, e economia fiscal sobre as despesas financeiras de $300.
  6. A DRE do exemplo apresenta 3 limitações:
  • Apresenta o lucro operacional de 45.5521 antes do IR/CSLL, mas não apresenta o lucro operacional após o IR/CSLL.
  • Apresenta a despesa financeira bruta de $300, mas não apresenta a despesa financeira líquida da economia fiscal.
  • Apresenta o custo do capital de terceiros ($300 de despesa financeira bruta), mas não apresenta o custo do capital próprio. O custo do capital próprio é o retorno mínimo que os acionistas esperam sobre se capital empregado de $37.000 em 31-12-2004 (patrimônio líquido)

Reengenharia no Balanço e na DRE

Portanto, os comentários feitos anteriormente sobre o balanço patrimonial e a demonstração do resultado, conduzem à seguinte “reengenharia” no balanço e na DRE.
BALANÇO PATRIMONIAL COMPACTADO

Comentários sobre o balanço patrimonial compactado:

  • AOL é a abreviação de ativo operacional líquido. Representa o investimento líquido na operação de $67.000. Resulta da diferença entre o investimento bruto na operação de $78.000, menos o passivo operacional de $11.000 (capital empregado que veio de dentro da operação).
  • O investimento líquido na operação de $67.000 é financiado pelo capital de fora da operação de $67.000 ($30.000 de empréstimos/capital de terceiros e $37.000 de patrimônio líquido/capital próprio).
  • Portanto, analisar o retorno sobre o investimento (líquido-$67.000) é a mesma coisa que analisar o retorno sobre o capital empregado (de fora da operação-$67.000)
Em relação à DRE, o novo formato de apresentação corrige as 3 limitação já apresentadas:

Comentários sobre a demonstração do resultado:

  • O formato da DRE apresentada corrige as 3 limitações citadas:
  • Agora observamos o lucro operacional antes ($5.521) e depois do IR/CSLL ($3.865).
  • Agora observamos a despesa financeira bruta ($300) e depois da economia fiscal do IR/CSLL ($210). Lembrete: economia fiscal é a mesma coisa que: o que se deixa de pagar de IR/CSLL.
  • Agora observamos o custo do capital próprio de $1.480, resultado do retorno mínimo desejado pelos acionistas de 4% ao mês sobre o capital próprio empregado de $37.000.
  • EVA de $2.175 é o lucro econômico. É o resultado das vendas de $30.000, menos todos os custos operacionais e menos os custos de todos os capitais empregados (de terceiros/$210 e próprio/$1.480).
Uma visão ainda mais consolidada e refinada do EVA é a seguinte:
  • A posição dos investimentos e dos capitais empregados em 21-12-2004 foi compactada no nível máximo de $67.000.
  • A DRE de 2005 foi compactada em 3 linhas:
  • Lucro operacional líquido de $3.865, que é aquele que realmente importa.
  • O custo do capital (CC) de $1.690 está apresentado no consolidado, que é o que importa ($210 de custo do capital de terceiros e $1.480 de custo do capital próprio).
  • O lucro operacional líquido de $3.865 é relacionado ao investimento de $67.000. É evidente: uma empresa tem lucro por que investe, e não por que vende. Em resumo: o lucro se origina do investimento, e não das vendas.
  • O custo do capital de $1.690 está relacionado ao capital empregado de $67.000.
  • Mais do que uma métrica para analisar a DRE, o EVA é uma métrica para analisar investimentos.
  • A melhor leitura do EVA de $2.175 é a seguinte: Em 2004, o lucro operacional de $3.865, proveniente do investimento de $67.000, cobre o custo de capital de $1.690, proveniente do capital empregado de $67.000 (evidentemente necessário para suportar o investimento de $67.000).
  • O EVA é uma medida de período. Geralmente mês, trimestre ou ano, como neste exemplo.
  • A metodologia de cálculo do EVA serve tanto para análise dos resultados encerrados, como análise dos resultados projetados.
BOA SORTE