segunda-feira, 22 de junho de 2015

COMO FAZER UMA ANÁLISE ECONÔMICA







COMO FAZER UMA ANÁLISE ECONÔMICA -
CONCEITOS BÁSICOS


Introdução


Nesse trabalho vamos apresentar os conceitos básicos que orientam a elaboração de uma boa análise econômica, utilizando uma didática simples porém eficiente, baseada no método de perguntas e respostas.

Assim, quando entramos em contato com o tema "Análise Econômica", normalmente são esses os questionamentos mais usuais por quem se inicia nesse ramo de conhecimento:


P: O que é um Balanço Patrimonial (BP).
R: É a posição dos investimentos (Ativo) e capitais empregados (Passivo) em uma determinada data. O BP é estático.

Exemplo: Dados de um BP em 31-12-2006.




P: Qual a principal segmentação do Ativo? 
R: São duas: 

  1. Ativo Operacional (AO): Todos os investimentos de que a empresa necessita para vender seus produtos ou serviços. Exemplos: Caixa, Clientes, Estoques, Edificações, Máquinas, Veículos, etc. 
  2. Ativo Não Operacional (ANO): Todos os investimentos de que a empresa não necessita para vender seus produtos ou serviços. Exemplos: Empréstimos Concedidos a Controladas e Coligadas, Participação no Capital de Outras Empresas, Imóveis Ociosos ou Alugados a Terceiros, etc. 
P: Qual a principal segmentação do Passivo? 
R: O Passivo representa os capitais empregados. Os capitais podem vir de duas fontes: 

  • Capitais de dentro da operação: são os capitais que a própria operação oferece. Exemplos: Fornecedores, Impostos a Pagar, Salários e Encargos a Pagar, etc. Pode ser chamado de Passivo Operacional Passivo Espontâneo ou Passivo de Funcionamento. 
  • Capitais de fora da operação: São os capitais obtidos junto a bancos e acionistas. O capital obtido junto aos bancos será denominado de Capitais de Terceiros. O capital obtido junto a acionistas será denominado de Capital de Acionistas. 

Exemplo (continuação do anterior): Dados de um BP em 31-12-2006.







P: Estes capitais de fora da operação têm custo? 
R: Sim. O custo do capital de terceiros (CCT) se chama Despesas Financeiras ou Juros. O custo do capital de acionistas se chama Custo do Capital Próprio ou de Acionistas (CCA). 

P: O que é o custo do capital dos acionistas (CCA)? 
R: É o retorno mínimo que os acionistas esperam. O retorno dos acionistas acontece de duas formas: Dividendos e Valorização das Ações.

P: Por que o Ativo “bate” com o Passivo? 
R: Se em 31-12-2006 temos $100.000 de investimentos (Ativo), obviamente temos que ter $100.000 de capitais empregados (Passivo). 


P: O que é a Demonstração do Resultado de um Exercício (DRE)? 
R: É um resumo dos principais eventos que afetaram o Patrimônio Líquido para mais (Receitas) e para menos (Custos e Despesas). Em resumo: a DRE mostra como se formou o lucro de um determinado período. 




Se o PL no início de um período era de $100.000, após o LL de $19.800 passará para $119.800. 


P: O que é uma análise econômica? 
R: É a análise que se baseia no lucro da empresa. Objetiva, portanto, qualificar o lucro da empresa dentro de um determinado período. 


P: O que é o lucro? 
R: É o resultado do esforço na gestão dos Investimentos (ativos). Portanto, a origem do lucro está nos investimentos, e não nas receitas. Em resumo: quando estamos analisando o lucro, de fato, o que estamos fazendo é analisar a qualidade dos investimentos. 


P: Quais os tipos de lucro que uma empresa apresenta? 
R: Os três tipos de lucro são: 

1. Lucro Operacional (LO). 
2. Lucro Líquido (LL). 
3. Lucro Econômico (LE).





P: O que é Lucro Operacional (LO)?

R: É o lucro proveniente da gestão dos Ativos Operacionais, sem levar em consideração a maneira como estes ativos foram financiados. Ou seja, o Lucro Operacional é a diferença entre as Receitas da operação menos todos os Custos e Despesas da operação. Portanto, o Lucro Operacional considera somente os gastos com a operação e, por conseguinte, não considera os custos do capital, nem de terceiros nem de acionistas.


P: O que é Lucro Líquido (LL)?

R: É o Lucro Operacional menos o Custo do Capital de Terceiros (Despesas Financeiras ou Juros). É o lucro que pertence aos acionistas. Este lucro não é completo, pois não considera o custo do capital de acionistas (CCA).


P: O que é Lucro Econômico (LE)?

R: É o Lucro Líquido menos o custo de capital de acionistas. Em resumo: é a diferença entre as receitas menos todos os custos e despesas da operação menos os custos do capital de terceiros e de acionistas. É o lucro completo. O Lucro (ou Prejuízo) Econômico pertence aos acionistas. Se positivo, indica criação de valor para o acionista. Se negativo, indica destruição de valor para o acionista.


P: O que é EVA?

R: É o Economic Value Added, terminologia criada e registrada pela consultoria americana Stern & Stuart. Tem o mesmo significado de Lucro Econômico.


Boa Sorte

segunda-feira, 1 de junho de 2015

PLANILHA PARA GESTÃO ESTRATÉGICA DA ESTRUTURA TRIBUTÁRIA







Introdução



* Planilha de gestão estratégica tributária pronta para uso está disponível, bastando ser solicitada através do e-mail: albertolima3@gmail.com

Como simular e fazer a gestão estratégica tributária de uma empresa para verificar os perigos da inadimplência e analisar a melhor forma de tributação federal?
Essa planilha apresenta uma forma de gestão estratégica da estrutura tributária de uma empresa hipotética, considerando quatro pontos básicos:
  • Mix dos produtos;
  • Destino das vendas;
  • Possibilidade de redução tributária e crédito tributário;
  • Forma de tributação (Real, Presumido ou Simples)
  • Nível de inadimplência.
A decisão da escolha do tipo de tributação federal entre o Lucro Presumido, Lucro Real e o Simples passou a ser estratégico e são recomendáveis simulações constantes para se analisar a melhor forma de tributação para que não se caia na tentação da inadimplência e correr riscos maiores e desnecessários.
Vamos ver que funções e ferramentas do Excel podem nos ajudar nessa decisão.

Planilha inicial com as premissas para as simulações e tomada de decisão:



Orientações para a montagem da planilha que permitirá realizar as simulações e definir a solução estratégica mais adequada ao perfil tributário da empresa:

Montagem da planilha

  • Com base nos dados das premissas obtidas junto a planilha do nosso problema dever dividir o analisar o faturamento sobre as três óticas do faturamento: Lucro Presumido, Lucro Real e Simples. Para ficar mais fácil comparar os valores vamos criar uma coluna para cada tipo de tributação;
  • Para ficar mais claro vamos separar o faturamento em 01 (oferecido à tributação) e 02 (não oferecido à tributação);
  • Na seqüência devemos deduzir os impostos sobre venda,  conforme já calculado na planilha de premissas;
  • Para facilitar a nossa simulação, vamos considerar que os custos sejam em média 65% do valor do faturamento, enquanto que as despesas representam  cerca de 20%, para que possamos chegar  ao Lucro a Tributar;
  • Na linha 45 vamos calcular o IRPJ para cada tipo de tributação, sendo:
    • Para o Lucro Presumido: =-Faturamento 01*8%*15%;
    • Para Lucro Real:  Utilize a função SE da seguinte forma: =SE(Lucro a Tributar<0;0;-Lucro a Tributar * 10%);
    • Para o Simples não temos esse cálculo.
  • Na linha 46 vamos calcular o Adicional do IR, sendo:
    • Para o Lucro Presumido: Vamos utilizar a função SE novamente da seguinte forma:
      • =SE(((Faturamento 01*15%)-240000)<0;0;-((Faturamento 01*15%)-240000)*10%)
    • Para Lucro Real:  Utilize a função SE da seguinte forma:
      • =SE((Lucro a Tributar-240000)<0;0;-((Lucro a Tributar-240000)*10%))
    • Para o Simples não temos esse cálculo.
  • Na linha 47 vamos calcular a CSLL, sendo:
    • Para o Lucro Presumido: =-(Faturamento 01*12%)*9%
    • Para Lucro Real: =SE(Lucro a Tributar < 0;0;-Lucro a Tributar*9%)
    • Para o Simples não temos esse cálculo.
  • Na linha 48 vamos calcular o PIS, sendo:
    • Para o Lucro Presumido: =-(Faturamento 01*0,65%)+(Valor Total de Compras*0,65%)
    • Para Lucro Real: =-(Faturamento 01*1.65%)+(Valor Total de Compras*1.65%)
    • Para o Simples não temos esse cálculo.
  • Na linha 49 vamos calcular o COFINS, sendo:
    • Para o Lucro Presumido: =-(Faturamento 01*3%)+(Valor Total de Compras*3%)
    • Para Lucro Real: =-(Faturamento 01-Valor Total de Compras)*7,6%
    • Para o Simples não temos esse cálculo.
  • Na linha 50 vamos calcular o SIMPLES, sendo:
    • Não existe esse cálculo para o Lucro Presumido;
    • Não existe esse cálculo para o Lucro Real;
    • Para o Simples vamos utilizar a função PROCV para buscar a alíquota na tabela do SIMPLES da outra planilha, concatenada com a função SE, da seguinte forma:
      • =-SE(Faturamento 01>5.000.000;
        • 15,3%;
        • PROCV(Faturamento 01; Tabela SIMPLES!B8:D30;3;1))
        • *Faturamento 01
  • Na seqüência calculamos na linha 51 o Lucro/(Prejuízo) Líquido I, antes da simulação da atuação fiscal;
  • Na linha 52 calculamos a Margem Liquida I analisada até o momento;
  • Na linha 53 vamos considerar uma simulação de uma Despesa Não Operacional, ocasionada por uma eventual atuação fiscal devido a % de inadimplência. Nesse caso estruturamos uma tabela à parte para calcular detalhadamente todos os impostos sobre o Faturamento 02 que não havia sido tributado, inclusive o ICMS;
  • Lembramos nesse momento que, no caso de atuação fiscal, teremos uma multa de cerca de 150% sobre o imposto devido, porém sem nenhum benefício fiscal sobre a parte devida;
  • Além disso, existe a possibilidade de ser financiado em até 60 meses, mas com uma taxa de juros mensal de 1,8% a.m., onde consideramos o pagamento dos 12 primeiros meses em nosso cálculo anual para apurar o Lucro/(Prejuízo) Líquido II e a Margem Líquida II.
  • Para ter uma melhor visão da escolha do tipo do regime de tributação mais adequado, simulamos através da ferramenta TABELA diversos níveis de faturamento e cruzamos com os eventuais percentuais de inadimplência para verificar o provável  “estrago” financeiro que possa provocar.
  • Na seqüência apresentamos em uma última tabela a comparação dos três tipos de tributação para que o Excel apresente a melhor opção, destacada pela ferramenta de FORMATAÇÃO CONDICIONAL.

Conclusão


   Por comodidade ou desconhecimento, muitas empresas preferem se manter no sistema SIMPLES de tributação, por considerar “mais fácil”. Nem sempre o contador alerta contra os perigos no aumento da tributação e para “sobreviver” preferem partir para níveis indesejados de inadimplência, ao invés de fazer uma gestão estratégica tributária adequada e analisar outras formas de tributação em decorrência do crescimento dos seus negócios.