segunda-feira, 20 de abril de 2015

COMO CALCULAR AS HORAS DE UM PROJETO








Apresentação


Suponha que você tenha que elaborar uma planinha para controlar o número de horas efetivamente trabalhadas e o respectivo valor de um projeto de implantação de Orçamento em Excel. Como podemos somar o valor das horas totais e calcular o valor monetário até então gastos e apresentando o valor por extenso sem que o Excel apresente erro?

Para que não haja nenhuma dúvida será necessário apresentar de forma automática o valor por extenso do valor do custo hora e também o valor total calculado.

No entanto, alguns problemas podem ser detectados na elaboração da sua planilhas como:

  • A formatação padrão de hora não funciona para obter o valor total das horas trabalhadas;
  • A formatação padrão de hora não permite que seja calculado o custo total de horas multiplicando apenas o valor total de horas efetivamente trabalhada e o valor do custo hora;
  • Não existe uma função padrão do Excel que possa apresentar sempre o valor por extenso do custo hora e também do valor total do projeto.

Isso poderá ser simples de solucionar desde que você tenha a função ou ferramenta adequado do Excel, ou ainda criar através de novos Suplementos no Excel. Vejamos como isso pode ser feito.

Importante: Não esqueça de colocar a segurança de macros no nível médio ou baixo além de clicar na opção "Ativar Macro" nas planilhas disponíveis abaixo quando você for abrí-la. Caso contrário você terá problemas para utilizar essas planilhas. Exemplo:




Montagem da planilha 

  • Um dos pontos relevantes na estruturação dessa planilha é a formatação da célula (Formatar/Célula). Por isso, você deve verificar que:
    1. De A9:A14  a formatação está como “Data” no formato “*14/03/2001”;
    2. De B9:B14 a formatação está como “Personalizado” no formato “ddd”;
    3. De C9:F14 a formatação está como “Personalizado” no formato “hh:mm
    4. Importante: Para inputar o valor de uma hora qualquer input sempre no formato hora:minutos:segundos, ou seja, se for 2 horas, 45 minutos e zero segundos, input como 02:45:00. Caso contrário não dará certo.
  • Em F15 coloque a formatação que permite efetuar operações matemáticas de horas, utilizando a formatação de “Hora” e escolhendo a opção 37:30:55;
  • Em seguida construa a fórmula de soma (SOMA) somando o valor das horas efetivamente trabalhadas do primeiro dia ao último dia apurado no projeto, ou seja, de F9:F14;
  • Em F17 você deverá apurar o valor total a pagar pelo projeto multiplicando o total de horas trabalhadas (F15) e o valor do custo hora (F16):
1.       Importante: Como as horas são calculadas internamente pelo Excel em 1/24 do valor apresentado, para apurar esse cálculo corretamente você deverá inverter o cálculo padrão do Excel, multiplicando o valor total de horas por 24 e só depois multiplicar pelo custo hora. Exemplo: Valor total de horas trabalhadas x 24 x Valor do custo hora
  • Em seguida, você deverá colocar uma nova fórmula em G16 e G 17 para apresentar os respectivos valores de F16 e F17 por extenso utilizando a nova função do grupo Definidas pelo Usuário,  que está estruturada como Extenso Reais;
  • ATENÇÃO!:  Para você incorporar uma nova função e disponibilizar para outras planilhas é necessário gravar esse novo Suplemento no seu micro. Veja como isso pode ser feito seguindo a instruções do outro arquivo anexo “Como incorporar novos Suplementos na sua planilha”.

OBSERVAÇÃO: Informo que disponho dessa planilha pronta (COMO CALCULAR AS HORAS DE UM PROJETO) que poderá ser solicitada através do e-mail albertolima3@gmail.com


quarta-feira, 15 de abril de 2015

A DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO








A DINÂMICA DO CAPITAL DE GIRO


Introdução


Nesse artigo, abordaremos o tema "A Dinâmica do Capital de Giro", mostrando a forma de reagrupar as contas do Balanço Patrimonial e a nova visão decorrente desta abordagem. Mostraremos as diferenças entre a visão tradicional do Capital de Giro e essa nova abordagem que lhe é atribuída, destacando suas respectivas vantagens.



  1. Visão Tradicional do Capital de Giro

O Balanço Patrimonial é uma “fotografia” da empresa, onde os valores dos ativos e passivos são classificados em circulante e longo prazo : os valores circulantes são os que vencem até o término do ano seguinte à publicação do demonstrativo, e os valores de longo prazo vencem nos anos posteriores.

Esta classificação permite evidenciar a situação patrimonial da empresa, mostrando a sua capacidade de transformar seus ativos em dinheiro e com isso honrar seus compromissos do passivo, no caso da sua liquidação.

Um parâmetro considerado para fins de análise da liquidez das empresas é o Capital de Giro Líquido (ou Capital Circulante Líquido), que representa a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. As figuras abaixo mostram graficamente o conceito de Capital de Giro.




Se o Capital de Giro for positivo (representado na figura acima à esquerda) significa que os ativos circulantes são suficientes para liquidar os passivos circulantes, o que caracteriza uma empresa de bom nível de liquidez.

Caso contrário, sendo negativo (representado na figura acima à direita), a empresa tem um nível de obrigações que superam seus bens e direitos de curto prazo , o que pode denotar problemas de liquidez. 

A figura a seguir representa um Balanço Patrimonial simplificado, evidenciando o conceito de Capital de Giro Líquido.















O valor do Ativo Circulante é de $2.000, e do Passivo Circulante $1.100. Por diferença, o valor do Capital de Giro Líquido é de $900. Este valor representa o quanto as aplicações de curto prazo superam as origens de recursos de curto prazo. Neste caso, denota uma liquidez satisfatória.


      2. Análise Dinâmica do Capital de Giro


Embora esta visão contábil tradicional apresente uma série de vantagens, ela se mostra inadequada para uma análise dinâmica da situação econômico-financeira das empresas. Esta visão responde à pergunta “Caso a empresa venha a encerrar as atividades, terá condições de saldar seus compromissos?”. 

Uma empresa é constituída no intuito de gerar negócios e lucro. Logo, deve-se ter informações contábeis e financeiras que nos respondam “Como a empresa pode continuar a saldar seus compromissos, mantendo-se em funcionamento?”. 

Desta forma os prazos de permanência durante os quais os fundos ficam à disposição da empresa não são adequadamente retratados nesta classificação de circulante e longo prazo. 

Tomemos como exemplo o estoque de uma empresa que vende microcomputadores. Admitindo-se que os mesmos permaneçam em estoque por um prazo aproximado de dez dias, o valor correspondente constituir-se-á de uma aplicação de fundos em prazo inferior a um ano, classificando-se, portanto, no ativo circulante. 

Todavia, admitindo-se a empresa como uma entidade em funcionamento, será necessário que ela mantenha em disponibilidade uma certa quantidade de computadores a fim de evitar possíveis perdas de vendas. Neste caso, o valor desse estoque “permanente”, que precisa ser renovado constantemente, representa uma aplicação de fundos para a empresa tão permanentes quanto o ativo fixo, só estando disponíveis com o fechamento da empresa.

Reagrupamento das Contas do Balanço Patrimonial

Levando-se em conta esta perspectiva, faz-se necessário dar um enfoque sistêmico à contabilidade agrupando as contas por afinidade, de onde surgem três grupos de contas:

  1. Operacionais ou Cíclicas
  2. Não Circulantes ou Permanentes
  3. Financeiras ou Erráticas

Contas Operacionais ou Cíclicas

As Contas Operacionais são as que guardam estreita relação com as atividades da empresa, medindo o conjunto de bens, direitos e obrigações necessárias para manter a firma funcionando a um determinado nível de faturamento. Podem ser denominadas cíclicas pela idéia de valores que estão sempre girando e renovando automaticamente, no ritmo do negócio. 

Os ativos operacionais são os bens e direitos necessários para a operacionalização da empresa, sendo seus principais valores as contas a receber de clientes e os investimentos em estoques de matéria-prima, produtos em elaboração e produtos acabados. Os passivos operacionais são as obrigações decorrentes diretamente das atividades operacionais da empresa, tais como valores a pagar aos fornecedores, salários e encargos a pagar, impostos a recolher sobre a atividade produtiva (impostos sobre o faturamento, tais como ICMS, PIS/COFINS,IPI) 

Convém ressaltar a diferença entre esta classificação e a vista anteriormente de Balanço Patrimonial. Na visão convencional, as contas a receber de clientes e os valores de estoques são contas denominadas circulantes. Parte da idéia de que se realizam no próximo exercício social, estando assim subentendido, na análise, que o empresário poderia lançar mão delas a qualquer momento. 

No dia-a-dia acontece exatamente o contrário: ao ser retirado um ítem de estoque para uso na fabricação, outro deverá ser adquirido, caso se queira manter o mesmo nível de produção. Ou seja, esta disponibilidade dos estoques só é possível com o fechamento da empresa.


Contas Não Circulantes ou Permanentes

As contas não-circulantes dificilmente guardam relação com o processo produtivo, a curto prazo, sendo de natureza permanente. 

Os ativos não-circulantes englobam os valores a receber de longo prazo e o ativo permanente, tanto investimentos, imobilizado e diferido. Os passivos não-circulantes englobam as obrigações exigíveis a longo prazo e patrimônio líquido, recursos dos sócios ou acionistas. 


Contas Financeiras ou Erráticas

Estas contas também não guardam relação com o processo produtivo, estando ligadas à tesouraria da empresa e daí a sua natureza financeira. 

Os ativos financeiros são disponibilidades e aplicações de curto prazo mantidas normalmente como precaução para reduzir o risco advindo da flutuação diária das entradas e saídas de caixa. Os passivos financeiros são empréstimos de curto prazo obtidos para cobrir necessidades de caixa. 


A Nova Visão do Balanço Patrimonial 

Nota-se que as contas do ativo e passivo circulante do Balanço Patrimonial tradicional foram desmembradas em duas partes: 

  • O Ativo Circulante foi dividido em uma parte relacionada com o processo produtivo, o Ativo Operacional, e outra relacionada com as disponibilidades e aplicações de curto prazo, o Ativo Financeiro. 
  • O Passivo Circulante foi desmembrado em uma parte relacionada com o processo produtivo , o Passivo Operacional; e outra que compreende as fontes de recursos de curto prazo que não decorram de forma direta com o processo produtivo , o Passivo Financeiro . 

Por outro lado, as contas não-circulantes foram agrupadas, formando de um lado o Ativo não Circulante ou Permanente, formado pelo Realizável a Longo Prazo e pelo Ativo Permanente. O Passivo Não Circulante ou Permanente foi composto pelo Exigível a Longo Prazo, o Resultado de Exercícios Futuros e o Patrimônio Líquido. 

A figura a seguir representa um Balanço Patrimonial com as contas reagrupadas:

Balanço Patrimonial – Visão Dinâmica do Capital de Giro























No Ativo e Passivo Financeiro foram agrupadas as contas ligadas à Tesouraria. As contas de Ativo e Passivo Operacionais são as que estão relacionadas com as atividades da empresa. Já as contas de natureza permanente do ativo e passivo formam o Ativo e Passivo Não-Circulante.


As Variáveis da Análise Dinâmica

Esta forma de classificar as contas do Balanço permite a estruturação de três conceitos fundamentais para o modelo:
  • Investimento Operacional em Giro - IOG
  • Capital Permanente Líquido - CPL
  • Tesouraria - T



IOG – Investimento Operacional em Giro 

O Investimento Operacional em Giro - IOG corresponde à diferença entre o ativo operacional e o passivo operacional. 

O IOG pode assumir um valor positivo, quando as aplicações no ativo operacional superam as origens do passivo operacional. Neste caso estão inseridas as empresas de característica industrial, cujo negócio está na fabricação e venda dos produtos que implicam um alto investimento em estoques (tanto de matéria-prima como de produtos em elaboração e de produtos acabados) e em contas a receber de clientes. 

O IOG é negativo quando as origens do passivo operacional são maiores do que as aplicações do ativo operacional. Esta é uma característica das empresas comerciais, que investem em estoque de mercadorias que são vendidas à vista, e normalmente pagam os seus fornecedores a prazo.


CPL – Capital Permanente Líquido 

O Capital Permanente Líquido - CPL é a diferença entre passivo não-circulante, ou seja as obrigações de longo prazo e o patrimônio líquido e o ativo não-circulante, que engloba as aplicações em ativo permanente e ativo realizável a longo prazo. 

Quando o CPL é positivo significa que as origens de recursos de longo prazo superam o valor investido a longo prazo. Por outro lado, um CPL negativo implica em se ter mais aplicações em itens de longo prazo do que origens de recursos de longo prazo, e consequentemente em aplicação em recursos não-circulantes. 

Nota-se que no cálculo do CPL as origens líquidas de recursos não-circulantes correspondem ao mesmo valor do Capital de Giro Líquido do Balanço tradicional, apenas com o sinal trocado. 


T - Tesouraria 

A Tesouraria – T é a diferença entre o total do ativo financeiro e do passivo financeiro, sendo decorrente da diferença das variáveis anteriores, IOG e CPL. 

Uma Tesouraria positiva implica em um Capital Permanente Líquido - CPL maior do que o Investimento Operacional em Giro - IOG. Isto significa que os recursos líquidos de longo prazo cobrem o IOG e ainda “sobra” uma parcela para fortalecer a Tesouraria da empresa. Neste caso o ativo financeiro (disponibilidades e aplicações de curto prazo) supera o passivo financeiro (empréstimos de curto prazo).

Já uma Tesouraria negativa implica que o Investimento Operacional em Giro - IOG supera o Capital Permanente Líquido - CPL, e ainda é necessário se ter recursos de curto prazo para financiar o giro. Neste caso, os empréstimos superando as aplicações de curto prazo e disponibilidades. 

A figura a seguir representa um Balanço Patrimonial, com as contas reagrupadas, evidenciando as variáveis decorrentes. 

Balanço Patrimonial – As Variáveis da Análise Dinâmica

























O Investimento em Giro da empresa (IOG= Ativo Operacional menos Passivo Operacional) é de $1.200. Sendo positivo, significa que as aplicações em giro (estoques em contas a receber) superam as origens da atividade (fornecedores e contas a pagar). 

O Capital Permanente Líquido de $900. Por ser positivo, as origens de longo prazo (exigíveis e patrimônio dos sócios) superam o nível de aplicações (em permanente e realizável a longo prazo). Este recursos financiam uma parte do investimento em giro. 

A Tesouraria negativa de ($300) pode ser explicada de dois ângulos. O primeiro pela diferença entre as outras duas variáveis anteriores: IOG e o CPL. Apenas parte do giro (IOG) é financiada com recursos de longo prazo (CPL), sendo que a grande maioria da necessidade de giro é financiada por recursos financeiros de curto prazo (T).Como conseqüência, de um outro ponto de vista, os Passivos Financeiros são superiores aos Ativos Financeiros.


Fatores que Determinam o IOG, CPL e T 

IOG –Investimento Operacional em Giro 

O Investimento Operacional em Giro representa a parcela do ativo e do passivo diretamente vinculada às operações da empresa. É função do tipo de atividade exercida pela empresa, do volume de operações e da sua eficiência na gestão dos negócios. 

Os ciclos econômico e financeiro de uma empresa refletem e representam a influência do tempo nas suas operações do dia-a-dia. 

  • O Ciclo Econômico é o tempo decorrido desde a compra de matéria-prima até a venda de produtos acabados, estando assim associado ao tempo decorrido entre as transações econômicas de compra e venda; 
  • O Ciclo Financeiro é o tempo decorrido desde pagamento da matéria-prima comprada até o recebimento da venda de produtos , estando associado ao tempo decorrido entre os eventos financeiros da saída e entrada de caixa, o que o torna melhor parâmetro para o estudo da liquidez da empresa. Inclui ainda os intervalos de desembolso de salários, encargos e impostos. 
Quanto mais rapidamente ocorrerem as entradas de caixa dos recebimentos das vendas, mais demorado for o prazo de pagamento aos fornecedores, mais eficientemente se transformar matéria-prima em produtos acabados e a venda do produto, menor será o ciclo. Consequentemente, menor será o valor do Investimento Operacional em Giro, pela menor necessidade de investimentos nos ativos operacionais. 

A figura a seguir resume e relaciona os eventos operacionais e logísticos e as transações econômicas que determinam o ciclo econômico. Os eventos financeiros e a relação com o ciclo financeiro e a dimensão dos prazos médio praticados pela empresa. Mostra ainda as contas do ativo e do passivo operacional que registram todos estes valores, e finalmente os fatores que afetam o IOG.








































Consideram-se como eventos operacionais e logísticos ou transações econômicas aquelas atividades inerentes à produção , sendo as principais a compra de matéria-prima, o início da produção, o final da produção e a venda do produto. 

Os eventos financeiros são aqueles que implicam em entrada e saída de caixa e os principais são o pagamento de matéria-prima e o recebimento das contas dos clientes.

Os prazos e consequentemente o valor de contas a pagar dependem do tempo entre a compra e o pagamento de matéria-prima; os de estoque de matéria-prima, de quando houve a compra e do início da produção; o prazo e valor dos estoques em elaboração, do início e do final da produção; os de produtos acabados dependem do tempo desde que o estoque foi produzido até a sua venda; e finalmente, o prazo entre a venda e o recebimento do cliente define o prazo e valor de contas a receber. 

O nível de Investimento em Giro é muito sensível às modificações que ocorrem no ambiente econômico. A figura mostra ainda os fatores que afetam estes prazos e consequentemente o nível de IOG. A estrutura do mercado fornecedor define o prazo de pagamento das compras, e a logística de compras o prazo de estocagem de matéria-prima. A eficiência na produção e a tecnologia determinam o prazo de elaboração dos produtos. A logística de distribuição define o tempo de estocagem dos produtos acabados. Finalmente, a estrutura do mercado comprador dos produtos da empresa influencia o prazo das contas a receber. 

Vale salientar que cada atividade ou setor tem suas especificidades, o que leva a um maior ou menor prazo e consequentemente investimentos em giro (IOG). Na maioria dos casos, as saídas de caixa ocorrem antes das entradas, o que faz com que a operação da empresa crie uma necessidade de aplicação permanente em giro. 

Mas existem casos, como por exemplo em supermercados, que têm as entradas decorrentes das vendas antes das saídas de caixa pelo pagamento aos fornecedores, e portanto conseguem gerar recursos apenas devido ao tempo ganho entre o recebimento das vendas e o pagamento das compras. 

Considerando-se que o fluxo de produção é um processo contínuo, os níveis de estoques, contas a receber e contas a pagar a fornecedores flutuarão com o volume de vendas, com a programação da produção, as políticas de administração de estoques e de pagamento e recebimento de contas ligadas à produção. 

CPL – Capital Permanente Líquido 

O Capital Permanente Líquido- CPL é a diferença entre as fontes e as aplicações de recursos de longo prazo. Trata-se de um parâmetro de longo prazo, cujas decisões e consequente determinação se dão ao nível estratégico na empresa. 

As decisões quanto às aplicações se concentram no ativo permanente, em investimentos, imobilizado ou despesas diferidas. Estes investimentos podem ser dirigidos para a modernização e introdução de novas tecnologias, expansão da fábrica para aumento da capacidade produtiva, pesquisa e desenvolvimento, dentre outras. Têm relação com fatores como a tecnologia, a política de produção e de subcontratação ou terceirização, e a compra, aluguel ou leasing dos ativos. 

Já o passivo ou as fontes de recursos podem ser tanto de recursos dos próprios sócios/acionistas, como de terceiros. As captações de terceiros podem originar-se de financiamento de instituições financeiras e emissão de títulos como debêntures. 

No entanto, a principal fonte de recursos de longo prazo considerada extremamente relevante pela análise é a geração e retenção de lucros (autofinanciamento). Pode ser considerado como o motor da empresa sendo resultante da margem de lucro e da política de dividendos adotada pela empresa. 

Assim, o valor do CPL é conseqüência de decisões estratégicas tanto de investimento, ou seja, relacionadas à tecnologia empregada, política de produção ou terceirização, e de aquisição ou leasing de ativo; de financiamento, de recursos dos sócios/acionistas ou de terceiros; e de dividendos , no tocante a distribuir os lucros ou retê-los para aplicação na empresa.

T - Tesouraria 

Considera-se o valor da Tesouraria como residual das outras duas variáveis (IOG e CPL), logo a situação de liquidez de uma empresa é efeito de diversos fatores de caráter operacional e de decisões estratégicas tomadas por sua direção. 

Se o CPL for maior do que o IOG, indica que as fontes líquidas de longo prazo são suficientes para financiar o investimento em giro. Em outras palavras, se o saldo de T for positivo, a empresa ainda tem disponibilidade de recursos para garantir a liquidez de curtíssimo prazo do empreendimento. 

Vale salientar que um saldo de Tesouraria positivo e elevado não significa necessariamente uma condição desejável para as empresas. Pelo contrário, pode significar que a empresa não esteja aproveitando as oportunidades de investimentos propiciadas por sua estrutura financeira. 

Por outro lado, se o CPL for menor do que o IOG, sendo o saldo de T negativo, significa que o valor líquido das fontes de longo prazo é insuficiente para financiar o investimento em giro. 

Neste caso, a empresa apresenta uma estrutura financeira inadequada, revelando uma dependência excessiva de empréstimos de curto prazo, que pode levá-las até mesmo a um estado de insolvência. De modo geral, enfrentam sérias dificuldades para resgatar seus empréstimos a curto prazo, quando os bancos, por qualquer motivo, se recusarem a renová-los. 

A figura a seguir resume as principais características e fatores que determinam as variáveis:






















3. CONSIDERAÇÕES

A visão tradicional de capital de giro responde à pergunta “Caso a empresa venha a encerrar as atividades, terá condições de saldar seus compromissos?”. No entanto, deve-se ter informações contábeis e financeiras que nos respondam “Como a empresa pode continuar a saldar seus compromissos, mantendo-se em funcionamento?” 

A Análise Dinâmica do Capital de Giro divide o capital de giro na parcela que se refere efetivamente às operações (o Investimento Operacional em Giro-IOG), e nas aplicações e recursos financeiros de curto prazo(T). O Capital Permanente Líquido(CPL) refere-se aos recursos líquidos de longo prazo da empresa 

Com isso permite estudar a empresa da ótica financeira da liquidez, fornecendo uma visão sistêmica do impacto das diversas áreas de decisão na empresa e de suas interações.


































quinta-feira, 9 de abril de 2015

PLANEJANDO MELHOR (FUNÇÃO CRESCIMENTO DO EXCEL)








Introdução


Após ajustar um modelo de regressão para um conjunto de dados, podemos prever o valor médio de uma variável dependente de outra. Isto pode ser feito através do uso da função TENDÊNCIA do Excel, que devolve valores em uma tendência linear a partir de um conjunto dado de pontos.
Entretanto, em muitos casos o relacionamento entre as varáveis é não linear. Nos casos em que o relacionamento entre as variáveis não é linear, a função CRESCIMENTO do Excel poderá fornecer uma linha de ajuste mais apropriada. Em especial, a função CRESCIMENTO é utilizada quando os valores seguem uma tendência exponencial; a curva de ajuste será calculada de forma a minimizar a distância entre seus pontos.

Sintaxe da função CRESCIMENTO

=CRESCIMENTO(val_conhecidos_yval_conhecidos_xnovos_valores_xconstante)
  • Val_conhecidos_y são valores de y que você já conhece na relação y(x) = b·mx;
  • Val_conhecidos_x são valores de x que você já conhece na relação y(x) = b·mx. Para cada valor de x há um valor de y correspondente de acordo com a relação acima;
  • Novo_x é o novo valor de x para o qual você deseja que a função CRESCIMENTO devolva um valor y(x)correspondente;
  • Constante é um valor lógico que força a constante b a se igualar a um. Este valor é opcional e definido por padrão como verdadeiro. Caso o valor utilizado seja falso, a constante será igual a um, de forma a obtermos a relação y(x) = mx, ou seja, a exponencial passará obrigatoriamente pelo ponto (0; 1).


Exemplo

Suponha que o gerente de vendas de uma loja quer prever o retorno de uma campanha de marketing através de link patrocinado na internet. O portal escolhido fornece uma tabela de acessos em função do tempo de exposição na internet. A quantidade de acessos, de acordo com a experiência do portal que oferece o serviço, é estimada conforme a tabela abaixo:

O departamento de vendas da loja deseja estimar o número de acessos após 40 horas de exposição do link patrocinado no portal. Usaremos a função CRESCIMENTO para realizar esta previsão. Antes de continuarmos, contudo, observe um gráfico da curva ajustada para os pontos acima:

A estimativa para o número de acessos após 40 horas corresponde ao ponto desta curva, ou seja, é dada pelo valor de y(40). Para estimar qual é a curva apropriada, contudo, a função CRESCIMENTO precisa dos pares (horas; acessos). Siga os passos abaixo para realizar a previsão:
  • Abra o assistente de função;
  • Selecione a categoria estatística;
  • Selecione a função CRESCIMENTO;
  • Na janela de argumentos da função, forneça os argumentos adequados. A primeira série de dados é H4:H11, a segunda, G4:G11 e o valor de x é G12. Observe o preenchimento dos campos:


Encerre o assistente clicando no botão OK. Observe a fórmula gerada:


Veja também o resultado da função, que indica o número estimado de acessos após quarenta horas de exposição do link:


Pratique! (Aprenda como montar e utilizar a planilha)