segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

ESTRUTURA DO CAPITAL NA ANÁLISE DE NOVOS INVESTIMENTOS









INTRODUÇÃO
Nesse trabalho procuraremos levantar algumas questões que nos permitirão compreender melhor a composição da Estrutura do Capital quando formos analisar Novos Investimentos, que se mostrarão de grande relevância na identificação das melhores alternativas, encontrando respostas para temas centrais como: Que é Estrutura de Capital Alvo, Estrutura de Capital Atual x Estrutura de Capital Alvo e Qual Estrutura de Capital devemos usar na Análise de Novos Investimentos?
Quando analisamos um novo projeto, uma das primeira providências consiste em estimar os investimentos.
O investimento representa todos os gastos necessários para colher o benefício do novo projeto.
Exemplo:
O investimento de $100.000 requer uma estimativa de uma estrutura de capital de $100.000 também.
  • Vamos financiar os $100.000 somente com capitais de terceiros?
  • Vamos financiar os $100.000 somente com capitais próprios?
  • Vamos financiar os $100.000 com capitais de terceiros e próprios? Quanto de cada um?
Vamos assumir que a decisão seja a seguinte: Vamos financiar o novo projeto 100% com recursos próprios.
Aí surge o problema: e se a estrutura de capital alvo da empresa for de 50% de capital de terceiros e 50% de capital próprio?
Devemos analisar o novo projeto considerando que ele de fato será financiado na oportunidade com 100% com recursos próprios, ou analisamos o novo projeto levando em consideração a estrutura de capital alvo da companhia?
O Que é Estrutura de Capital Alvo?
Daqui para frente vamos tratar capital de terceiros como "CT" e capital próprio como "CP".
Vamos assumir que o CT custa 10% ao ano. Vamos considerar que estes 10% já considera a economia fiscal.
O CP custa 20% ao ano.
O CP tem que custar mais caro que o CT porque assume maiores riscos.
O capital de terceiros deverá receber o serviço da dívida caso a companhia opere com lucro ou prejuízo, gere ou não caixa. O CT está inclusive protegido por garantias.
O capital próprio deseja dividendos e valorização, que dependem do lucro e da geração de caixa. O capital próprio não está protegido por garantias.
A estrutura de capital alvo é a estrutura de capital ideal.
A estrutura de capital alvo é aquela onde o custo médio ponderado de capital (CMPC), ou simplesmente custo de capital é o mínimo.
Em nosso exemplo o CT custa 10% ao ano e o CP custa 20% ao ano.
Devemos usar o máximo de CT e o mínimo de CP.
Todavia, sabemos que um excessivo endividamento aumenta o risco da insolvência da empresa, notadamente quando ela passar por períodos recessivos.
Portanto, a estrutura de capital alvo é aquela onde a empresa usa o máximo de CT e o mínimo de CP, porém não colocando em xeque a capacidade de pagamento de seus compromissos, notadamente se passar por um período de crise.
Em nosso exemplo, vamos assumir que a estrutura de capital alvo seja de 50% de CT e 50% de CP.
Portanto, o custo médio pondera de capital (CMPC) será de 15% ao ano.
CMPC = (0,50 x 0,10) + (0,50 x 0,20) = 0,15
Encontrando a Resposta
Para analisar um novo investimento, devemos considerar a estrutura de capital alvoda empresa.
Não devemos considerar a verdadeira estrutura de capital do novo investimento, quando esta for diferente da estrutura de capital alvo da empresa.
Exemplo:
O CMPC da estrutura de capital alvo do nosso exemplo é de 15% ao ano, e a companhia já está operando com esta estrutura de capital.
Vamos assumir que a empresa tenha 2 projetos novos a serem realizados em 2002: Projeto A e Projeto B.
No Projeto A e o Projeto B tem ambos uma taxa interna de retorno (TIR) estimada de 18% ao ano.
O projeto A será realizado em primeiro lugar. Na oportunidade, existem condições passageiras que dificultam o acesso ao CT. Existe um grande fila de projetos no BNDES, que faz com que o banco esteja administrando as liberações de financiamento, tornando a análise e aprovação do crédito mais longa.
A empresa decide que diminuirá temporariamente o pagamento de dividendos para financiar o Projeto A 100% com CP que custa 20% ao ano.
Entretanto, a empresa iniciou negociações para que o Projeto B seja 100% financiado com CT através de um leasing que custará 10% ao ano.
Se analisarmos o Projeto A em relação à sua estrutura de capital do momento ele será rejeitado.
Não aprovaremos um projeto com uma TIR de 18% ao ano financiado com um capital que custa 20% ao ano.
Entretanto, o Projeto B, semelhante ao Projeto A, com a mesma TIR de 18% ao ano será aprovado com "louvor" pois utilizará um capital que custa 10% ao ano.
Observamos que a estrutura de capital dos 2 projetos somente não é a alvo, com CMPC de 15% ao ano, por motivos conjunturais.
Porém, os 2 projetos analisados na perspectiva de 1 (um) ano e consolidadosrespeitarão a estrutura de capital alvo de 15% ao ano e não faz sentido aprovar um e rejeitar o outro portanto, teríamos que aprovar os 2 projetos e a interpretação final para ambos é a seguinte: Cada projeto tem uma TIR de 18% ao ano contra um CMPC de 15% ao ano.
Espero que tenham gostado.
BOA SORTE

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